Tendências para o dólar no 2º semestre e impactos no agronegócio

Dólar voltou a sofrer queda, de R$ 4,91 para R$ 4,90; para 2024 deve ficar em R$ 5

O Boletim Focus, pesquisa divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central do Brasil com as expectativas de mercado envolvendo indicadores da economia brasileira, trouxe as previsões dos principais analistas do mercado financeiro em relação ao comportamento do dólar, que voltou a sofrer queda. A moeda norte-americana passou de R$ 4,91 para R$ 4,90. Para 2024 a estimativa é que fique em R$ 5. Para os anos seguintes, a cotação da moeda estrangeira permaneceu em R$ 5,08 para 2025 e R$ 5,10 para 2026. 

E quais os impactos do dólar no agronegócio? Pesquisa do Cepea-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da Universidade de São Paulo, aponta que o aumento no valor da moeda tende a favorecer o segmento, que exporta mais do que importa, mantendo-se superavitário pelo menos nos últimos 25 anos. 

O estudo traz à luz que, para o produtor desse ramo, o aumento da moeda norte-americana atua via dois canais. “Eleva os custos por causa do aumento dos preços dos insumos importados e incrementa a renda bruta porque aumenta a receita das exportações convertida em reais. Mas, como regra, sabe-se que o aumento da renda supera a elevação de custos”, explica texto no portal da instituição.

Depois de subirem 124% no período de 2000 a 2011, os itens exportados do agronegócio brasileiro, que têm preços em dólar, seguem caindo e encontram-se atualmente em 53% mais caros do que em 2000. Esses preços, porém, se convertidos em reais, acrescenta o comunicado, estão 27% inferiores aos valores em 2000.

“Mesmo assim, o agronegócio vem aumentando sua competitividade e exportando cada vez mais. Atualmente, o agronegócio exporta um volume de produtos 3,6 vezes maior do que em 2000”, informa o texto. Isso devido ao aumento da produção. Levantamento do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) mostra que a produção no segmento aumentou 78% de 2000 a 2017, “compensando com sobra a queda dos preços, devido à valorização do dólar”, conclui o texto.

Em suma, com a Selic mais baixa, há juros mais baixos também no crédito. Com dólar mais alto, há favorecimento às exportações e desestímulo às importações, o que favorece o envio de produtos do agronegócio para fora do País, já que o Brasil exporta muito mais do que importa em relação aos produtos produzidos pelo setor.

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