Indústria de máquinas registra queda nas vendas

Total de comercializações em junho atingiu R$ 24,8 bilhões, recuo de 10,3% em relação a 2022

As vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos sofreram queda em junho deste ano, de 10,3% na comparação com o mesmo mês de 2022. As comercializações totais somaram R$ 24,8 bilhões. Entretanto, houve aumento de 0,5% se a comparação for feita com maio também deste ano.

No período de janeiro a junho, o acumulado do ano mostra vendas totais de R$ 142,3 bilhões, cifra que representa 8,9% abaixo do verificado nos seis primeiros meses do ano passado. Os números são da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e foram divulgados no último dia 26 de julho. 

As vendas do segmento ao Exterior em junho totalizaram US$ 1 bilhão em equipamentos, quantia 1% maior que a registrada no mesmo mês do ano passado. Na comparação com maio, os envios ao Exterior ficaram 21,3% menores. Já no acumulado do ano, período compreendido entre janeiro e junho, as vendas internacionais atingiram a casa de US$ 6,7 bilhões, 18,9% acima do verificado no mesmo período de 2022.  

“Em 2023, de janeiro a junho, houve aumento das exportações de máquinas e equipamentos em praticamente todas as regiões do globo. A maior parte das exportações [do Brasil] foi direcionada para a América do Sul, que absorveu 34,7% do total de máquinas e equipamentos exportado pelo País”, informou a entidade em comunicado à imprensa. 

Já em relação às importações, atingiram US$ 2,2 bilhões no mês passado, o que representa 12,8% menos do que o registrado no mês anterior, maio, 19,4% a mais em relação ao mesmo mês de 2022. De janeiro a junho, o acumulado do ano mostra que as compras internacionais atingiram o valor de US$ 13,3 bilhões, 14% maiores que o registrado no mesmo período do ano passado.  

MAQUINÁRIO ANTIGO

Outro levantamento sobre máquinas e equipamentos, desta vez da CNI (Confederação Nacional da Indústria), revela que boa parte da indústria do País trabalha com maquinário e tecnologia defasados. Para levantar os números da pesquisa, a entidade entrevistou 1.682 executivos, 672 deles de pequenas empresas, 599 de médias e 411 de grandes companhias. Outras 356 indústrias do ramo de construção também participaram. 

Denominada “Idade e Ciclo de Vida das Máquinas e Equipamentos no Brasil”, a sondagem foi feita em junho. Entre os entrevistados, somente 2% deles têm máquinas com até dois anos e meio de uso, enquanto 28% trabalham com equipamentos com dez a 15 anos já utilizados.

Na pesquisa, o setor de biocombustíveis figura como o de maior defasagem de equipamentos, cujas máquinas têm 20 anos de idade média. Nas indústrias extrativa e de transformação a idade média de máquinas e equipamentos é de 14 anos, com 38% delas utilizando equipamentos próximos ou que já ultrapassaram a idade como ciclo de vida ideal indicada pelo fabricante.

“Esse cenário de envelhecimento das máquinas e equipamentos revela a necessidade de adoção de políticas públicas que estimulem a renovação e atualização tecnológica do parque fabril brasileiro”, disse ao portal da CNI Lytha Spíndola, diretora de desenvolvimento industrial e economia da instituição.

Ela ainda lembra que a companhia elaborou plano de retomada da indústria e o entregou ao governo federal com proposta de estímulo ao investimento “por meio da depreciação acelerada, com objetivo de aumentar a produtividade da economia brasileira e acelerar o ritmo de crescimento econômico do Brasil”, conclui a nota no portal.

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