Ministério da Agricultura aprova o uso do bioinsumo Tricovab para o cacau

A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), permitiu a empresa BioFungi a vender o bioinsumo Tricovab (nome científico Trichoderma stromaticum). 

Essa é a primeira tecnologia licenciada pela Ceplac para o controle da vassoura-de-bruxa, uma doença que causa danos graves às plantações de cacau nos estados da Bahia e no Espírito Santo.

O Tricovab, quando utilizado de maneira adequada, pode alcançar uma eficiência de até 87% no controle dessa praga.

Lucimara Chiari, diretora da Ceplac, para o site oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), destacou a importância dessa autorização para os produtores de cacau, que agora terão acesso a um fungicida natural e eficaz no controle de uma praga que tem prejudicado plantações em diversas regiões. 

Ela ressaltou ainda que o Tricovab deixou de ser apenas um produto de pesquisa para auxiliar milhares de cacauicultores no país.

Embora o registro do Tricovab tenha sido obtido em 2012, ele foi classificado como convencional e não como um “produto fitossanitário com uso aprovado para a agricultura orgânica”, de acordo com a especificação de referência nº 8. 

Com as modificações incentivadas pelas Leis 10.833/2021 e 4.074/2002, o Mapa agora tem a possibilidade de conceder essa classificação mediante análise de solicitação da empresa.

A excelência do bioinsumo para a agricultura do Brasil

A agricultura desempenha um papel crucial na economia brasileira, sendo um dos principais pilares do setor agropecuário. No entanto, o modelo tradicional de produção agrícola, baseado no uso excessivo de agroquímicos e fertilizantes sintéticos, têm levantado preocupações em relação aos impactos ambientais e à saúde humana. 

Nesse contexto, os bioinsumos surgem como uma alternativa promissora, trazendo benefícios, tanto para os produtores, quanto para o meio ambiente.

Os bioinsumos são substâncias de origem biológica utilizadas na agricultura para promover o crescimento das plantas, controlar pragas e doenças, melhorar a fertilidade do solo e aumentar a produtividade. 

Diferentemente dos insumos convencionais, eles são produzidos a partir de organismos vivos, como bactérias, fungos, vírus e extratos de plantas, e possuem um baixo impacto ambiental.

Uma das principais vantagens dos bioinsumos é a sua capacidade de fornecer nutrientes e estimular o crescimento das plantas de forma natural e equilibrada. 

Eles atuam como agentes biológicos benéficos, fortalecendo o sistema radicular, melhorando a absorção de nutrientes e aumentando a resistência a doenças e pragas. Ainda contribuem para a melhoria da estrutura do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água e nutrientes, o que é especialmente importante em regiões com condições climáticas adversas.

Outro aspecto relevante é que os bioinsumos podem ser utilizados em conjunto com os insumos convencionais, permitindo uma transição mais suave e gradual para práticas mais sustentáveis. 

Eles podem reduzir a dependência de agroquímicos, diminuindo a quantidade de resíduos químicos nos alimentos e no meio ambiente, além de proporcionar um ambiente mais saudável para os agricultores e consumidores.

Em um cenário global em que a busca por uma agricultura mais sustentável e livre de agroquímicos é uma preocupação crescente, o uso de bioinsumos tem se mostrado uma estratégia eficiente.

No Brasil, o uso de bioinsumos vem ganhando cada vez mais destaque. O país possui uma biodiversidade rica e uma grande diversidade de microrganismos e plantas com potencial para a produção de bioinsumos.

O clima tropical favorece o desenvolvimento desses organismos, tornando o Brasil um ambiente propício para a pesquisa e produção de bioinsumos.

No entanto, é fundamental destacar que o uso adequado de bioinsumos requer conhecimento técnico e capacitação por parte dos agricultores. 

É necessário compreender as características dos bioinsumos, a forma correta de aplicação e a dosagem adequada, a fim de obter os melhores resultados. Por isso, é essencial investir em pesquisas, capacitação e assistência técnica voltadas para o uso correto e eficiente dos bioinsumos.

Notícias interessantes