El Niño pode quebrar recordes de temperatura, diz OMM

El Niño

Agência ligada à ONU informa que fenômeno climático tem 60% de chance de chegar até final de julho

De acordo com nova atualização da OMM (Organização Meteorológica Mundial), agência ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), o fenômeno El Niño tem grande chance de se desenvolver ainda neste ano e, consequentemente, elevar as temperaturas. O alerta foi feito em comunicado na última quarta-feira (3) no portal da ONU.

Petteri Taalas, secretário-geral da OMM, diz no comunicado que o planeta deve enfrentar ondas de calor, pois o possível desenvolvimento do El Niño provavelmente levará a um novo pico no aquecimento global, o que pode elevar a possibilidade de quebra de recordes de temperatura. Ainda conforme o informe, o fenômeno climático tem 60% de chance de chegar até final de julho deste ano, e 80% de probabilidade de que se forme até setembro, pois estaria associado a período maior de estiagem em determinadas regiões e chuvas fortes em outras.

“O fenômeno está normalmente associado ao aumento das chuvas em partes do Sul da América do Sul, Sul dos Estados Unidos, Chifre da África e Ásia Central. Por outro lado, o El Niño também pode causar secas severas na Austrália, na Indonésia e partes do Sul da Ásia”, informa trecho do comunicado.

Ainda de acordo com a OMM, o período mais quente causado pelo fenômeno climático ocorreu no ano de 2016. Para a organização, o El Niño tem relação com o efeito estufa, aquecimento global provocado por atividades humanas que provocam a liberação de gases. A OMM alerta que o efeito dessa nova onda de calor deve ser sentido com mais intensidade em 2024, porque o efeito que atinge as temperaturas globais normalmente acontece no ano seguinte ao seu desenvolvimento.

O El Niño, acrescenta a OMM, “é um padrão climático de ocorrência natural associado ao aquecimento das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico tropical central e oriental. Ocorre em média a cada dois a sete anos, e os episódios geralmente duram de nove a 12 meses”.

O El Niño é o oposto de La Niña, que ocorreu em 2018 e 2019. La Niña é como é conhecido o fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico. Sua origem é na região do Pacífico Equatorial, e causa alterações sazonais na circulação geral da atmosfera, podendo durar de nove a 12 meses, assim como o El Niño. Sua ocorrência se dá entre períodos de dois a sete anos.

Ainda segundo Petteri Taalas, os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados. Ele reforça que “nos últimos três anos houve um resfriamento por conta do La Niña, que atuou como um ‘freio temporário’ na elevação da temperatura”. Ele diz ainda que o mundo deve se preparar para o desenvolvimento do El Niño. O secretário-geral encerra afirmando que “isso pode trazer alívio da seca no Chifre da África e outros impactos relacionados ao La Niña, mas também pode desencadear eventos climáticos e climáticos extremos”.

Legenda da foto: O fenômeno climático pode causar secas severas na Austrália, na Indonésia e partes do Sul da Ásia

Crédito da foto: Group Publishing

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